quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Desligue a televisão e vá ler um livro ou feche o livro e vá ver televisão?

Eu também estive na Bienal do Livro esses dias e gostei bastante (mesmo que o pão seja caro e a liberdade pequena). Encontrei algumas coisas bem legais também. Mas dentre tantas publicações, editoras e tal, a gente sempre se depara com coisas que nos deixam constrangidos. Será que existe hoje um espaço literário onde possamos estar a salvo de livros de auto-ajuda e coisas do tipo? Que surto é esse de livros que te ensinam tudo? É livro pra te ensinar a arrumar namorado; livro pra te ensinar a ganhar dinheiro; livro pra te ensinar a ser mais sociável; livro pra te ensinar a fazer sexo, enfim... para tudo o que você pensar alguém escreveu um livro dizendo como deve ser. Chego até à conclusão de que o povo brasileiro está na situação em que está porque não lê, pois se lesse encontraria a solução para os seus problemas. Realmente a falta de cultura de leitura é um problema  de estado. Não sei porque existem tantas pessoas pobres no país. O que mais se vê são autores contando seus segredos de sucesso, como enriqueceram e tal, pois afinal já diria a rainha dos (QIs) baixinhos, "tudo o que eu quiser o cara lá de cima vai me dar". Será que o MEC deveria considerar a possibilidade de distribuir "O Segredo" como livro didático nas escolas públicas?
O que é pior, ler uma dessas porcarias ou ver o Big Brother? Desligue a televisão e vá ler um livro ou feche o livro e vá ver televisão? Que (des)vantagem Mary leva afinal?

Eu  particularmente fico mais constrangida mesmo quando me deparo com livros escritos por mulheres, nos lembrando o quão sacaneadas nós somos, com títulos como "Pense como um homem e conquiste o seu" (as ilustrações de capa também não deixam por menos). Eu sei que eu sou a parcela mais intelectualmente sacaneada da sociedade, eu não preciso de livros que esfreguem isso na minha cara. E esses livros são escritos e publicados como se fossem mesmo algo muito surpreendente, que mudará nossas vidas. Algo para você abrir e ficar boquiaberto. O pior é que isso vende como água. Prova disso é o grande interesse das editoras em publicar cada vez mais esse lixo literário.
Por favor pessoas, vamos ser mais criteriosos nas nossas leituras! Eu sinto vergonha quando paro em frente a uma prateleira e me deparo com livros que querem me ensinar a arrumar namorado, pensar como homem (é sério), etc. Se é pra ler besteira que seja Paulo Coelho que pelo menos é imortal, pois nasceu a dez mil anos atrás (licença para piadinha infame).

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

E quando o brilho do amor chegar eu quero é mais brincar. Melhor é ser criança!


Outro dia ouvi (eu, foto ao lado) alguém dizendo que temos muito o que aprender com as crianças. Sempre acho estranho quando ouço alguém dizer isso porque afinal, o que somos todos nós se não crianças crescidas? Não me refiro aqui ao termo criança de maneira pejorativa absolutamente, e sim da maneira mais positiva possível. O que na verdade precisamos não é olhar para as crianças, é olhar para dentro de nós mesmos, e se encontrarmos algum resquício do que costumávamos ser, não deixarmos que ele volte a se perder.
Sabe, eu nunca consegui me adaptar totalmente à vida adulta. Eu não quero ser adulta, eu quero só ser Mary. E Mary é adulta, é criança, é adolescente e é até velha. Cada uma em seu momento. Mas ao olhar para mim, você apenas espera ver uma pessoa adaptada às expectativas de seu universo. Os adultos são assim.
Eu desfio meu sarcasmo por aqui, falo palavrão, e você acha que eu sou só isso. Nós, adultos, temos esse hábito. Olhamos um para o outro e achamos que nos conhecemos, mas ser criança é ser o que você quiser, na hora em que você quiser, e não se envergonhar nem um pouco disso e nem pedir permissão a ninguém. Você ainda deve se lembrar como era. Faça uma forcinha, volte a ser criança para ser um adulto melhor.
O fato é que você me olha e me julga um monte de coisas que você supõe, mas você não sabe e nem quer saber que você também está olhando para alguém que chora ouvindo “Cãozinho Xuxo”; que sempre gostou das jujubas verdes; e que todas as minhas bonecas e bichinhos de pelúcia possuem um nome; que eu faço poesia para os meus cachorros e meu abacateiro; que eu só tomo suco em um copo de requeijão escrito “suco Mary” com esmalte; que eu guardo (e ouço) os vinis dos Menudos; que eu tomo vitamina de banana no bar; que no meu quarto a cortina é de peixinho, feita pela minha mãe, porque eu queria morar no mar; que eu uso a camisola que foi da minha falecida avó (aliás estou com ela nesse momento); que eu queria ser uma das ajudantes de palco da Mara Maravilha ou a Amanda do Trem da Alegria porque eu as achava as meninas mais bonitas da TV; que eu chorei quando o Chaves foi embora da vila; que minha cachorra Mimosa uma vez fugiu de casa e foi lá na minha escola criando a maior confusão; que eu já interpretei o amor no teatrinho da escola; que eu fiz xixi nas calças na 2º série; que eu tinha a carteirinha do Clube do Bocão Royal, do Clube da Criança; enfim...
O que quero dizer é que ser adulta não me impede de ser criança. Ser uma pessoa mais experiente não me impede de ser inocente, e é justamente disso que eu sinto falta nas pessoas, a inocência infantil. Ao invés daquela coisa de querer sempre ser malandro, de querer sempre ser viril, de querer sempre ser sexy, sempre cult, sempre “normal”. Temos que nos lembrar do que era bom, do que era verdadeiro. Resgatar dentro de nós aquilo que esperamos aprender com as crianças que ainda não cresceram, pois está tudo lá, dentro do seu coração. É só deixar sair.

sábado, 5 de setembro de 2009

MARY RECOMIENDA: Monumento Inverso

Em 2001, dois dos meus melhores amigos, os MCs Ofusca e Ramon, fundaram o Monumento Inverso. O nome foi inspirado no pont de skate da Praça XV, onde eles costumavam dar rolé. A parceria deu muito certo na cena underground carioca e passou posteriormente a contar com o Dj Erik.
Eu sou suspeita pra falar, uma vez que sou família Monumento Inverso até o osso, mas posso afirmar que o Monumento é rap da melhor qualidade, o que pode ser conferido no EP que eles lançaram de maneira independente em 2007, "Subindo  Ladeira", título homônimo à música que já é um clássico do Monumento e do hip-hop Lapa.
Para conferir o som dos caras:
Comunidade no Orkut: 
"Então bagunça... ih!" Rsrsrs!