quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A um amigo ausente

Hoje você é uma ferida aberta
Hoje você é um arranhão na garganta
Hoje você é cisco nos olhos
Hoje você é calo nos pés
Que não podem caminhar
Sem sentir você
É aquela lágrima que rola
Quando algo me faz revivê-lo
Hoje você é um gosto de remorso
Em tudo que ainda dá prazer
Você é a partida perdida
É a bronca guardada no peito
Você é a beleza
E o pedido de socorro da juventude
Que se eternizou em você
Pois quando nossos rostos
Já contarem nossas histórias
Você ainda será um garoto
Com olhar infantil
E sorriso sem culpa
Você será sempre jovem
Vini, meu amor
Pois te roubaram o direito
De envelhecer conosco
E nunca contarei anos o bastante
Para me fazer esquecer você
Pois você mora dentro de mim
Vini, meu amigo

3 comentários:

  1. Amigos vão e vem. Mas, têm uns que continuam na interminável brincadeira de pique-esconde... Que todos esses estejam em paz. Sacanas!

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  2. Mary, fiquei emocionada, também "perdi" uma amiga... Você é sensibilíssima e escreve muito bem... Parabéns!

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