segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mary inserida no "mundinho fashion"

Então, galera, passei um tempão sumida né? Pois é, mas e daí? Grande coisa! O fato é que estou de volta e meu retorno começa por este singelo recadinho para vocês que curtem vivenciar o mundinho da moda como se fosse algo real e relevante, a ponto de fazer suas vidas e visão de mundo girarem em torno disso, ignorando totalmente o que está para além. 

E quem disse que eu também não me interesso pelo mundinho fashion? Se enganou, meu bem! Me interessa muito saber quantas famílias bolivianas trabalharam 16 horas por dia em regime de semi escravidão para produzirem por 2 reais ao dia, peças que custarão 300 na loja; me interessa saber em que favela indiana crianças costuraram à mão exclusivas e sofisticadas peças em insalubres barracos com esgoto a céu aberto passando por dentro da "confecção"; quanto de impostos a marca sonegou na importação e venda e de quanto foi sua mais valia; se um dia essa gente miserável que oferece sua mão de obra escrava terá acesso a tais bens de consumo que produzem; quantas horas extras os vendedores da loja estão fazendo para satisfazer os caprichos da pequena e mais abastada parcela que consome tais produtos dos quais verdadeiramente não precisa; qual é o impacto que estar à margem do poder de consumo causa na população menos abastada mas igualmente seduzida midiaticamente, e em seu meio social em geral; quantos poluentes foram lançados no meio ambiente pela industria têxtil e quais são seus impactos; quantos trabalhadores são mantidos em regime de escravidão nas minhas de pedras preciosas para fazerem o capital da industria de jóias girar, quantas terras foram invadidas e devastadas para isso e quantos índios e povos tradicionais foram sacrificados e assassinados, quanto sangue de animais foi derramado... Ou seja, quando abrir a revista Vogue para ver as novidades, esprema e deixe o sangue escorrer pelas suas mãos.Enfim... o mundinho fashion é muito interessante, vocês não acham?

Um comentário: