segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Do Direito à Poesia


Não sou poeta porque escrevo poesia. Sou poeta porque estou viva. Escrever poesia é um exercício de humanidade.


Deveria estar garantido na Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todo ser humano terá direito à poesia”.

Ser poeta é perceber as nuances de tudo que nos cerca, nos permitir tocar por todas as cores e sons, e energias que há nesse mundo, e reagir. A poesia é a verdadeira imortalidade da alma.

O ser humano é poeta em sua essência, nasce poeta. Mas logo aprende a tolher o seu espírito, a guarda-lo em um lugar onde ele não possa oferecer ameaça à ordem imposta.

Poesia é a resistência daquela parte interna do ser humano que não adormeceu, não foi hipnotizada. é aquela força interior que teima em gritar que está viva.

Me entristecem aqueles que não são poetas, pois eles não sabem que tem todo o direito de sê-lo. Não sabem que a poesia é uma necessidade vital. Por isso muitas vezes, estão mortos em vida.

Não escrevo poesia porque sou artista, ou porque sou romântica, ou quem sabe sonhadora. Sou é todas essas coisas, porque sou poeta. Porque sou humana, porque sou livre, e sobretudo porque estou viva. E quando não mais estiver, minha poesia viverá no peito de outros poetas, contando a eles que um dia eu também estive por aqui. E que amei, e chorei, e odiei, e ri, assim como eles.

A poesia se estende a todos. Não vê rosto, credo, cor ou nacionalidade. Ela vive dentro de cada um, em cada cantinho do mundo, tenha ela a forma que tiver, expresse o que expressar.

Viver seria bem menos assustador se todos descobrissem que são poetas por natureza.


Link para minha vida poetizada: http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=32720

5 comentários:

  1. Ser gigante pela própria natureza! Mas, o homem, "desde os tempos mais primórdios", precisa modificar a natureza p/ sobreviver, pois ele não tem artifícios biológicos p/ manter-se vivo. Uns matam, outros colhem e outros plantam etc. A vida, c/ suas responsabilidades e suas ríspidas nuances, fazem c/ alguns o que a cumbuca de gelo faz c/ o gelo. Uma pedra arestada que não rola e dependendo das intempéries da vida, fica por ali mesmo derretendo até extirpar-se. E extirpar-se s/ saber que podemos ser muito mais que um boi que trabalha, come, faz sexo e dorme é muito daninho (exceto o sexo... rs) Sem mais no momento, creio no deus pai todo poderoso criador do céu e da terra... Pensando bem Daninha poderia ser um apelido "carinhoso"? O que acha? rs
    bjo

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  2. Poesia a é expressao que o poeta tem de dizer assim ao mundo : " um tanto de tristeza nos olhos e infinitos versos ... para cada meia rima dita , uma frase inteira de amores " .

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  3. "A poesia
    quando chega
    não respeita nada.
    Nem pai nem mãe.
    Quando ela chega
    de qualquer de seus abismos
    desconhece o Estado e a Sociedade Civil
    infringe o Código de Águas
    relincha
    como puta
    nova
    em frente ao Palácio da Alvorada.

    E só depois
    reconsidera: beija
    nos olhos os que ganham mal
    embala no colo
    os que têm sede de felicidade
    e de justiça"

    "Subversiva", do Gullar... ele já disse tudo né rs

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  4. Garota-poema, teus caminhos são versos
    e essas suas palavras são melodias
    já houve quem sugeriu
    dançar a vida em vez de vive-la
    você ja faz isso, garota-poema

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  5. Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todo ser humano terá direito à poesia”.
    Se isso fosse declarado, seria proibido, seria um crime... pois o direito a poesia proclama que os seres humanos sejam saudáveis, livres e criativos... isso é incompatível com a propriedade privada, empresárial, com a alienação, com falta de tempo livre, com o capitalismo que nos impede de viver, nos obriga a trabalhar para não viver... A falta de poesia só existe por que as leis são leis e nada mais... assim como trabalho é trabalho, não é vida. Poesia é a negação da não-vida. É A vida existindo sem travação. Só existe vida de forma bruta como a poesia por que a lei é bruta e o trabalho é duro. Prazer é Prazer e mais a poesia sào coisas que promovem o ser humano a elevações que impedem a domesticação, a auto-destruição... por isso a poesia é crime. Toda poesia é clandestina. Pois se é levada as ultimas consequencias torna qualquer constituição um pedaço de papel inútil. Toda poesia é crime e assim deve ser. Vamos lutar pela anistia da poesia! Coitada, assim ela vive. Vai que acontece alguma turbulência que ponha fogo nos papéis constitucionais? Fogos, insurrecionais!

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